segunda-feira, 22 de março de 2010

A nova melodia envelhece e cessa

O garoto estava encarando tudo muito bem, mas na verdade estava cansado. Apesar de parecer tudo muito bonito, ele não queria aquela melodia, ela era quase tão doce e suave quanto a primeira, mas ela entrava em seus ouvidos e não o saravam, ela o cutucava e tentava cicatrizar a força suas feridas e aquele som o arremetia a cores, cores amarelas e claras que cansavam suas vistas e que ele não gostava nem um pouco.
Agora chegava o ponto crucial, a melodia teria que completar sua missão, e o ultimo passo era mudar seu coração, e agora é que ela o conheceria.
Tudo o que se passava na mente do garoto, não estava só na mente, ele levava tudo aquilo, toda a sua vida em seu coração. Os fatos em sua cabeça puderam ser distorcidos e alguns conceitos até mudaram, mas força alguma nesse mundo poderia mudar o que estava em seu peito. Muitos já tentaram e todos se arrependeram.
Seu ódio era forte demais pra ser mudado por uma melodia doce, mas tão fútil, que não representava em nada suas idéias, nem era capaz de alcançar por completo seus sentimentos.
O que ele queria era forte e complicado de mais, impossível de explicar aos normais. Então ele rasgou suas vestes brancas e deu lugar ao seu verdadeiro jeito de ser. Como já era previsto aquilo assustou a melodia, e seu quase suave som se tornou agudo e insuportável, ela ainda tentava convence-lo e ele relutava, até que largou por completo aquela ilusão, para mais tarde se entregar a uma pior mais provavelmente mais agradável. Houve uma enorme explosão e a melodia cessou, o garoto perdeu a força que o fazia flutuar e caiu dos campos de nuvens nos céus em uma enorme escuridão, caia e cada vez mais aquela escuridão parecia não ter fim. De repente como que se fosse mágica ele estava caído na escuridão do porão da velha casa, com mais uma lágrima, dores e um pensamento vindo não de sua mente, mas de seu coração e que foi desencadeado antes da queda, pensamento ou sentimento que ele não queria que passasse nem em sonho por sua cabeça. Isso e a dor da queda o fizeram chorar, e chorar de verdade, aliás, era a primeira vez nessa história que eu o vi chorar assim.
Depois do choro ele se encontrava sem forças e não podia e nem queria se agarrar a nada, pelo menos não por enquanto, para evitar maiores frustrações. A fraqueza lhe tirou os sentidos, e ele dormiu profundamente, como se estivesse em coma, provavelmente ficaria assim por um bom tempo, e a linha de tempo que já fora perdida agora estaria fora do sentido e do controle do garoto e de quem narra a história

Um comentário:

  1. Legal seu blog!! Quando vi o nome lembrei da poesia de Junior do seriado Eu a patroa e as crianças... rs

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